Natureza XXI

Este fim-de-semana, surgiu um post no Grupo "Cortegacenses", no Facebook, onde um utilizador alertava para as marcações em pinheiros. Questionado sobre qual a razão desta marcação, um outro utilizador respondeu que esta seria uma simples extração de resina, tendo esta informação sido também confirmada pelo o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta) à Junta de Feguesia, que nada tem que ver com esta ação.

Apesar desta justificação, a questão impõe-se: "Estará a floresta de Cortegaça a desaparecer?". Ao que o 7 Sentidos apurou, esta poderá ser uma realidade. Nos últimos quinze anos tanto a massa florestal da Mata como a do Buçaquinho desapareceu drasticamente. Como se pode ver nas imagens de satélite em baixo, um pinhal junto à Praia Sul de Cortegaça desapareceu, dando lugar a areia.

Outro exemplo da desflorestação em Cortegaça, pode ser o Buçaquinho. Onde em 2003 existia uma mancha verde e uma ETAR, hoje o Parque do Buçaquinho é rodeado por alguns pinheiros. 

Estes exemplos mostram-nos plenamente o quão rápido estão os pinheiros a perder o seu lugar.

Mas a natureza é vitimizada de muitas outra maneiras. Outro dos grandes problema que assola Cortegaça e as freguesias vizinhas, são as descargas ilegais, nos pequenos regatos que as atravessam. Cada vez mais regulares, estas descargas são perigosas para os solos, animais e o mar, visto que estas águas vão desaguar à Lagoa da Barrinha. Em baixo pode ser visto um vídeo amador, do rio do Buçaquinho após mais uma descarga.

Estas descargas, derivam de indústrias, localizadas ao pé dos cursos de água, que despejam direta e ilegalmente nos riachos. Este é um dos grandes motivos do estado em que a Barrinha se encontrava (poluída), e é já motivo de preocupação por parte das entidades, das freguesias e concelhos envolventes. Mas em Cortegaça, até agora, não houve nenhuma manifestação pública dos orgãos responsáveis.

Quantos mais pinhais serão necessários devastar para se começar a pensar no assunto? Quantas mais descargas irão ser feitas até este problema começar a ser tratado? Será o ambiente tão pouco importante para a saúde dos cortegacenses?

João Lino